No dia 20 de fevereiro, em Salvador, RVB quebrou um recorde do balonismo ao fazer uma travessia de um continente para uma ilha na Bahia.
O balão patrocinado pela Brahma decolou às 16h00 do bairro de Ondina, na frente do Zoológico, e aterrissou em Mar Grande, na Ilha de Itaparica, 40 minutos depois. Foram percorridos 16 km de água, uma distância inédita para o esporte no país. A façanha pode entrar para o Guiness Book, o Livro dos Recordes.
O balonismo depende das condições atmosféricas do local e do momento. Por isso, antes de voar, o piloto da RVB estudou os ventos durante 10 dias para estabelecer uma estratégia de voo. Como o balão não tem dirigibilidade, a técnica do piloto é indispensável para saber controlar equipamento através das camadas de vento, que estão sempre variando.
Durante a travessia o piloto enfrentou ventos de 25km/h e teve que lidar com muitas formações térmicas – correntes de ar ascendente -, situação que dificulta a navegação. Instruções passadas em tempo real através do celular por Luis Silvestre – localizado em base meteorológica de São Paulo –, também auxiliou piloto a completar o voo em segurança.
O balonismo como esporte é praticado no Brasil há 34 anos. Apesar das grandes dimensões do país, há apenas 50 pilotos ativos. Desde a criação da Associação Brasileira de Balonismo (ABB), em 1987, são realizados anualmente os campeonatos nacionais que apontam dois representantes oficias para o campeonato mundial, que se realiza a cada dois anos. Existem também diversos eventos não oficiais e estaduais.
O equipamento completo para a prática do balonismo consiste em um envelope (balão), um cesto, um maçarico, quatro tanques de gás, um ventilador (para inflar o envelope a frio), cordas de segurança e equipamentos eletrônicos, como altímetro (para medir a altitude), variômetro (mede a variação de altitude), bússola (para auxílio a navegação), GPS (sistema de posicionamento geográfico por satélite), rádios para a comunicação com a equipe em terra e uma caminhonete para transportar o material.
O balão utilizado na travessia, que quebrou o recorde brasileiro, tem lugar para 1 piloto e 2 passageiros e possui 25 metros de altura e um volume de 2.300 m³. Os balões são cheios de ar frio por um ventilador e depois aquecidos por um maçarico alimentado a gás (propano). O ar interno se aquece e se torna mais leve que o ar externo, fazendo com que o balão se eleve.
Matéria publicada em 2004.